segunda-feira, 17 de maio de 2010

5) - Retroflexão - Distúrbios de Contato

No relacionamento afetivo, o retroflexor frequentemente controle seus próprios impulsos, sentimentos e, em geral, não expressa emoções e não permite que o outro o conheça como é. Dirige os impulsos e sentimentos para si mesmo, controlando-se e culpando-se ou não admitindo-se vulnerável às atitudes, necessidades, sentimentos, enfim, ao ser do outro. Quem retroflexiona permanece retraído na fronteira de contato de forma cristalizada. Pode apresentar dificuldades em dizer não, pois já o disse a si mesmo. Exige de si a perfeição de atitudes, cobrando-se incessantemente pelo que faz ou deixa de fazer. Não dá ao outro a oportunidade de conhecer seus desejos, expectativas e sentimentos. Responsabiliza-se demasiadamente, ou pelo bom relacionamento, ou pelas dificuldades comuns. Na realidade, muitas vezes não confirma as atitudes e os sentimentos próprios e do outro, pois tudo está voltado para si. O retroflexor pode, por exemplo, verbalizar: "Tenho raiva de mim mesmo", ou "Preciso me controlar", tratando a si mesmo como se fosse duas pessoas diferentes, e também não considera a existência do outro.
Não é raro que o parceiro de um indivíduo que retroflexiona frequentemente sinta-se incapaz de alcançá-lo, atingi-lo ou provocar nele algum tipo de reação. Normalmente, o retroflexor cria uma imagem "inatingível", "invulnerável" ou "intocável", além de justificar as próprias atitudes através de racionalizações. Assim, estabelece distância do outro, que fica impedido de "tocá-lo".
A pessoa que retroflexiona em demasia torna-se "inimiga" de si mesma e bastante solitária. Cobra-se, exige-se, culpa-se, persegue-se, em vez de aceitar-se como é. Além disso, ela vivencia as alegrias, os sonhos, as fantasias e os desejos intensamente mas evita compartilhá-los com os outros. Pela dificuldade de se perceber, ela não ama a si mesma mas "persegue-se", impedindo-se amar, de se integrar e se sentir amada.

Nenhum comentário: